Caparica Primavera Surf Fest 2016: reportagem

Nos passados dias 24, 25 e 26 de Março estivemos na segunda edição do Caparica Primavera Surf Fest. Estes dias contaram com Sean Riley & The Slowriders, Frankie Chavez, Capicua, Carlão e Orelha Negra. Houve muita boa música e emoções fortes nestes três dias de festa. Ficam as reportagens individuais de cada concerto.

Os Sean Riley & The Slowriders foram o primeiro concerto que vimos nesta edição, e não poderíamos ter começado de melhor modo. Claramente o melhor concerto desta noite, embora o recinto estivesse a meio gás. Quem lá esteve gostou. Isso provou-se pela atenção, sorrisos que estampavam satisfação e a receptividade com que os presentes receberam a tão já conhecida música desta experiente banda. O rock alegre da banda, dá vontade de fechar os olhos e viajar para onde a música nos quiser levar. O recente single, "Dili", foi tocado assim como músicas mais antigas, ou mesmo, músicas que estarão presentes no novo álbum. Um grande regresso dos Sean Riley & The Slowriders. Já não era sem tempo.

O Frankie Chavez teve direito a casa cheia, como seria de esperar. As pessoas conhecem e gostam de Frankie Chavez. O concerto foi mais do mesmo que se pode esperar deste projeto. Frenético, do princípio ao fim. É inegável a energia que o projeto transporta e passa. O público conhece, sabe as letras, admira e acarinha o projeto. Podemos quase apostar que a maior parte estava ali somente para ver Frankie Chavez, e que podiam ter ficado ali horas a fio que não se iam cansar do concerto. O público dançou do início ao fim, e palmas e boa disposição não faltou à festa que foi grande.

A Capicua atuou no festival no dia 25 de março. A rapper trouxe os seus habituais companheiros de palco: M7, dois MCs, e um artista a desenhar e a projetar imagens no palco durante o concerto. O que é bastante importante durante um concerto de Capicua porque torna tudo melhor. Ao longo do espetáculo, a rapper apresentou músicas do álbum "Sereia Louca", e da disco de remisturas "Medusa". As rimas de Capicua juntamente com M7 meteram o público todo de braços no ar, ao rubro. Além das rimas com significados sobre temas fortes e importantes, Capicua ia dando ainda mais importância a esses assuntos quando apresentava as canções. Sendo não apenas uma rapper que rima, mas que fala do coração também.

Por último, o final do festival terminou com Orelha Negra e Carlão. Os Orelha Negra foram os primeiros a subirem ao palco para um recinto super cheio e ansioso para ver um concerto da banda que finalmente voltou a dar notícias depois de um álbum e uma mixtape em 2013. O grupo formado por Sam Fred Ferreira, Sam The Kid, DJ Cruzfader, Francisco Rebelo e João Gomes que junta hip-hop, soul, funk, jazz, e groove num som único e indistinguível deixou saudades no público português. O que se tem notado nos poucos e mais recentes concertos que têm dado por estarem sempre cheios, especialmente neste concerto no Caparica Primavera Surf Fest. Para dizer a verdade, já era realmente altura dos Orelha Negra voltarem com novos sons. O público presente já sabia que o concerto iria ser especial e foi mesmo. Toda a gente ficou encantada e em êxtase. Para quem perdeu este concerto, os Orelha Negra irão tocar em alguns festivais, por isso, fiquem atentos.

O Carlão foi o último artista a pisar o palco da edição deste ano do Caparica Primavera Surf Fest. Carlão atou em casa para familiares, amigos e fãs. O residente apresentou o seu álbum de 2015, "Quarenta", e conseguiu meter o público a cantar as letras do álbum. No concerto, Carlão também cantou a música "Chegou A Hora" de outro projeto seu, os 5-30. Carlão foi recebido bem em casa e fez o público ser bem recebido, igualmente. Assim, terminou o festival com dois concertos inesquecíveis. Há mais no próximo ano.

Texto: Alexzandra Souza e Iris Cabaça
Fotos: Iris Cabaça