Festival Emergente 2021: a calma e a tempestade

No segundo e último dia, 16 de outubro, do Festival Emergente, foi a vez de Bia Maria, Madalena Palmeirim, Falso Nove, Quase Nicolau, Biloba, April Marmara, Caio, Los Chapos, Humana Taranja e Solar Corona subirem ao palco do Capitólio, em Lisboa. Além dos concertos, também houve duas conversas no terraço sobre “Música Emergente em Portugal – Pensar o futuro” e “Internacionalização – Oportunidades para a música emergente”.

A dar início aos concertos esteve Bia Maria, a primeira a subir ao palco, para mostrar alguns dos seus temas. Ora a tocar guitarra, ora a tocar piano, a artista trouxe as suas músicas sobre amores e desamores com a sua voz doce e influências de música popular portuguesa. "José" e "Dissabor" foram dois dos momentos mais marcantes do concerto.  

Bia Maria @ Festival Emergente 2021

Madalena Palmeirim foi apresentar um pouco do seu álbum de estreia, Right as Rain (2019), e cantou tanto em português como inglês. As suas músicas melancólicas e calmas assentaram bem neste fim de tarde. No final, Sara Carinhas juntou-se à artista e amiga em palco.

Madalena Palmeirim @ Festival Emergente 2021 

Em seguida, os Falso Nove, banda formada por Mateus Carvalho (voz e saxofone), Afonso Lima (voz e guitarra), Francisco Leite (teclados e piano), Francisco Marcelino (bateria) e José Amoreira (baixo), ainda sem um EP ou álbum, tocaram músicas que farão parte de um futuro trabalho. Como "Cacos" e "Canção da Antemanhã", que mostram uma bela fusão entre jazz, rock e música tradicional portuguesa. Um projeto que parece bastante promissor. 

Falso Nove @ Festival Emergente 2021

Os Quase Nicolau apresentaram o seu primeiro EP, Alvorada editado este ano, e encheram o palco do Capitólio com as suas harmonias e influências de folk, jazz e blues. O grupo dá importância às harmonias criadas em conjunto, e também aos instrumentos, o que se notou durante o concerto.

Quase Nicolau @ Festival Emergente 2021

Com bases no jazz, os Biloba optaram por um caminho mais indie. Nazaré da Silva (voz e teclado), Francisco Nogueira (voz e baixo), Miguel Fernández (bateria), Simão Bárcia (guitarra) e Diogo Lourenço (guitarra) constituem o grupo e apresentaram temas cantados em português e francês, que rapidamente passam de texturas com influências rock para melodias mais simples. 

Biloba @ Festival Emergente 2021 

Para relaxar um pouco os ânimos, chegou April Marmara, acompanhada por Jasmim, para mostrar o seu folk maravilhoso. Com uma voz suave e letras delicadas, a artista tocou temas do seu disco de estreia, New Home (2018), e trouxe uma paz ao Capitólio que levou o público a sentar-se no chão enquanto assistia e apreciava o concerto.  

April Marmara @ Festival Emergente 2021

Para um momento mais acústico, esteve Caio, que nos primeiros temas apenas usou uma guitarra acústica até a sua banda se juntar em palco. O artista deu a conhecer alguns dos temas numa onda mais folk romântica que farão parte do seu próximo álbum, previsto para ser editado em 2022. 

Caio @ Festival Emergente 2021

De volta ao rock, os Los Chapos trouxeram uma energia contagiante que animou o público e levou a quem estava nas primeiras filas a fazer mosh ao ritmo das suas músicas. A banda de Leiria formada por  Hugo Dionísio (baixo), João Baleizão (bateria), Gonçalo Salgado (voz e guitarra) e Vasco Cepeda (guitarra e segunda voz) apresentou o seu primeiro EP apelidado Los Chapos Enterprise, que foi lançado este ano, não deixando ninguém indiferente às suas referências de surf rock e shoegaze

Los Chapos @ Festival Emergente 2021

Do Barreiro, vieram os Humana Taranja  mostrar a sua mistura entre indie pop e um rock frenético. A banda de Guilherme Firmino (vocalista e guitarra), David Yala Rodrigues (guitarra), Marta Inverno (baixo e coro), Afonso Ferreira (bateria) e Filipa Pina (teclas e coro) conseguiu animar bastante o público nos temas com texturas eletrizantes e nos menos mexidos, e não faltou o mosh nos primeiros. Assim, o grupo provou o que sabe fazer, e bem, e tornou este quase final do festival num momento inesquecível tanto para os próprios como para quem assistiu. A dar por encerrada a noite, estiveram os Solar Corona

Humana Taranja @ Festival Emergente 2021

Após estes dois dias com um pequeno regresso à normalidade, o Festival Emergente permitiu olhar para o futuro da música nacional e, ao mesmo tempo, dos concertos e festivais nos próximos meses. O que se pode retirar daqui é que a cultura é segura e deve voltar a correr, dentro das medidas de segurança.

Festival Emergente 2021: a calma e a tempestade Festival Emergente 2021: a calma e a tempestade Reviewed by Watch and Listen on novembro 10, 2021 Rating: 5

Slideshow