Entrevista aos Lotus Fever
Ontem, dia 17 de Março, fomos até ao Rato para uma pequena conversa com os Lotus Fever sobre o concerto de hoje no Musicbox. Houve ainda tempo para falar das origens da banda, da campanha de crowdfunding, do álbum, da tour e muito mais. No final fizemos ainda um jogo com a banda. Fica a entrevista na íntegra abaixo.
Watch and Listen: Como é que surgiram os Lotus Fever?
Bernardo: Basicamente começámos a tocar todos juntos à cerca de 3/4 anos. Na altura nós começámos a tocar covers, como amigos em vários sítios. Depois disso começámos a fazer os primeiros originais e na altura falámos com o Diogo que é familiar do Pedro, que era mais novo do que nó,s mas tocava bateria. Foi muito natural. Fizemos os primeiros originais, gravámos o EP. Compusemos, naturalmente, também o álbum e agora lançámos o álbum.
W&L: Podem falar-nos um bocado do vosso videoclip da "Introspection"?
Pedro: O álbum está muito ligado a um yin-yang e nós procurámos explorar isso também no videoclip. O álbum está sempre ligado a conflitos internos, tipo o bem e mal. E arranjámos a ideia de arranjar uma personagem que tivesse os dois lados, que pudesse explorar isso.
Bernardo: Depois também trabalhámos com o Pedro Resende que foi o produtor do videoclip, e construímos a história com ele basicamente. E quisemos, como o Pedro estava a dizer, realçar essa ideia de uma certa dualidade que possa existir, de uma certa ambiguidade. E também toda a história do videoclip foi uma metáfora que nós arranjámos para transmitir essa ideia mais aprofundadamente. E várias escolhas do videoclip, desde pormenores como o facto do videoclip ser a preto e branco, o facto de no desenrolar do videoclip a mesma personagem ter mais que uma função naquela história. Se vierem o videoclip também percebem isso. E aconselhamos a ver, e o pormenor de estar lá o nome da empresa, que nós fizemos questão que estivesse lá será sempre para vincar essa dualidade. E também para as pessoas puderem, de à sua maneira sempre, interpretar o que o papel e as letras da música quererão dizer.
W&L: Podem falar-nos um pouco sobre a vossa campanha de crowdfunding?
Bernardo: Nós basicamente quando começámos a gravar este álbum, tivemos o problema do financiamento... de como iríamos pagar o álbum. E na altura o nosso manager apresentou-nos e até mostrou-nos um vídeo da Amanda Palmer, de uma campanha de crowdfunding que ela fez nos Estados Unidos e que foi muito bem sucedida. Nós achámos aquilo uma ideia interessante, e em Portugal já haviam algumas pessoas que já tinham feito e que nós conhecíamos. Então procurámos falar com elas para falarem-nos da experiência. Por exemplo, eu estudei com o Filipe Melo e ele tinha na altura uma campanha de crowdfunding bem sucedida. Isto para dizer que tínhamos boas referências. Falámos na altura com o PPL, a plataforma que acolheu o nosso projecto. E pronto, desenvolvemos a ideia e tívemos um planeamento interno e também com o PPL. Eles foram impecáveis, eles fazem mesmo força para que os projectos tenham financiamento. E pronto, a reacção das pessoas foi positiva, não podemos dizer que tavamos à espera. Foi de facto inesperado porque conseguimos arrecadar 5 mil euros. Muito dinheiro. E tívemos muita gente a contribuir e nós achamos que é uma maneira viável financiar os álbuns.
W&L: Como foi trabalhar com o Ramón Galarza?
Bernardo: Nós já tínhamos trabalhado com o Ramón Galarza no EP. Nós na altura quando gravámos o EP escolhemos o Ramón porque achámos que poderia ser alguém no mundo da música que nos podia ajudar o salto e perceber o quê que é feito no mundo da música, na indústria, no estúdio. Isto porque nós não conhecíamos. No álbum também trabalhámos com o Ramón por um questão de continuidade. Queríamos fazer o salto mas com essa continuidade. Também já conhecíamos tudo e o meio de trabalho já era conhecido, e isso pareceu-nos uma vantagem, na medida em que queríamos mesmo focar-nos no conteúdo musical. E pronto é uma pessoa com imensa experiência no meio, que já fez imensas coisas. E foi uma mais valia para o projecto na medida em que deu sempre uma boa opinião externa que nos pode remeter num caminho e passar-nos alguma experiência da que ele já tem. E o Ramón é impecável, foi muito bom trabalhar com ele.
W&L: As Golden Slumbers fizeram uma cover vossa. Como é que surgiu essa ideia?
Pedro: As Golden Slumbers são minhas primas. Sou o primo mais velho delas, e elas quando saiu o EP ficaram muito orgulhosas e gostaram imenso desta música. E pronto decidiram fazer a cover. Estavam em família com outras que também são minhas primas, e também cantam bem. E pronto, elas fizeram isso e foi incrível. E eu ainda por cima, vi aquilo ao vivo e é qualquer coisa. As harmonias que elas fazem são fantásticas.
Bernardo: Elas cantam muito bem. E já agora, vamos ter um concerto com elas no Porto, no Plano B, no próximo dia 27 de Março. Vamos lá tocar com elas. Quem tiver no Porto que venha!
W&L: Qual é a melhor memória que têm dos tempos da tour?
Pedro: Acho que há bastantes, não sei. É uma memória colectiva que é boa. Sair de Lisboa, dar concertos para outras pessoas em Lisboa. Pelo menos para nós na fase em que estávamos dávamos mais concertos para familiares e amigos, e a tour toda foi diferente nesse aspecto. Começaram a aparecer fãs, pessoas que nós não conhecíamos de lado nenhum e pronto isso dá uma boa moral para encarar o concerto. E foi muito giro. Seja com pessoas diferentes como com o PA diferente, ou seja o som, o sítio. É bom ter essa experiência. Gostei imenso.
W&L: Qual é a reflexão que fazem depois do lançamento do álbum? Como é que se sentem agora que já têm o álbum cá fora?
Bernardo: Aprendemos imenso como é óbvio, e também errámos em muita coisa. É bom para perceber também o que se pode melhorar. Mas estamos muito contentes com o que está a acontecer até agora. Também estamos numa fase em que vamos ver o que vai acontecer daqui para a frente. Do quê que vai ser o nosso verão. E até agora temos perspectivas que vai ser bom. Vai ser bastante bom. Nós estamos muito contentes com o trabalho que fizemos e isso aí pelo menos ninguém nos pode tirar, porque estamos contentes. Há muita gente não têm sequer essa possibilidade de se calhar fazer a música que quer mais ou gosta mais. E nós fizemo-la. E estamos gratos por isso. Tivemos uma tour com imenso pessoal a ver e que nos vieram dar os parabéns. Tivemos um óptimo contacto com o público. Boas experiências mesmo. Ficamos com estas memórias que são muito boas e que nos fazem querer trabalhar mais e evoluir e por outro lado estamos ansiosos em relação ao futuro.
W&L: Podem-nos falar do que vai acontecer no concerto de amanhã?
Bernardo: O concerto de amanhã vai ser um concerto organizado pela Tradiio em parceria com a P3. Basicamente vai ser um concerto nosso com os Moe's Implosion. Vamos começar nós e depois eles. Não vai ser propriamente um concerto nosso, vai ser algo mais reduzido. Mas apesar disso vamos ainda dar um concerto que vai dar para matar saudades a quem já não nos vê há algum tempo. Vamos tocar essencialmente as músicas do álbum. E vai ser um concerto porreiro, porque já tivemos tempo para perceber o que funciona o que não funciona. Vai ser sempre a abrir, é ir ao Musicbox e ouvir.
No final fizemos um vídeo onde pedimos à banda para identificarem sons de músicas, séries e personagens. Vejam aqui:
Entrevista aos Lotus Fever
Reviewed by Watch and Listen
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março 18, 2015
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