Entrevista a Rita Barros do Indie Music Fest
O Indie Music Fest está de volta ao Bosque do Choupal, em Baltar, para a sua 5ª ediçao. Nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro irá ocorrer a maior celebração da música portuguesa independente. Como tal, falámos com a Rita Barros, diretora de comunicação do festival, sobre como tudo começou, o facto de apostarem em música nacional e o que irá acontecer este ano.
Em
primeiro lugar, como é que surgiu o conceito do festival e a escolha de ser realizado
no Bosque do Choupal?
O conceito do Indie nasceu muito
naturalmente entre 4 amigos, numa de muitas conversas de café e noites a tocar
guitarra. Queríamos fazer um festival que tivesse lugar para outras bandas e
artistas que não os "suspeitos do costume", mas não tínhamos nada,
nem mesmo um lugar para o festival acontecer. Sabíamos que queríamos que o
recinto fosse em Baltar, por termos vontade de trazer cultura, movimento e
gente até à vila, e assim foi. Conhecíamos o Sr. Cruz e o Bosque do Choupal e
rapidamente chegámos a acordo.
O cartaz
do Indie Music Fest costuma ter sempre bandas pouco conhecidas. Como é que as descobrem e pensam que funcionarão bem num palco do festival?
Já antes do festival existir que
ouvimos a música que se faz em Portugal de uma forma muito entusiasta,
portanto naturalmente sabemos o que se passa na esfera da música nacional e
quais são os artistas emergentes. Depois há a filtragem, em que tentamos
perceber qual é a próxima grande cena e também que artistas queremos trazer
para as luzes da ribalta. Funcionar num palco do nosso festival é quase certo.
Escolhemos bandas em que acreditamos. Isso a par com o ambiente do Bosque do
Choupal e o nosso público - que é inacreditável! - só pode resultar em bom.
Alguma vez
pensaram que chegariam à 5ª edição?
Como disse antes, o Indie surgiu
como um sonho de um grupo de amigos. Quando fizemos a primeira edição, não
queríamos acreditar no sucesso que foi. Continuámos a trabalhar arduamente no
projecto e consequentemente surgiram os prémios, o buzz gerado à volta do
festival e o reconhecimento do Indie como um dos grandes palcos da música
portuguesa. Estar na 5ª edição é altamente gratificante e nem há muitas
palavras que possam explicar o quanto. Mas a verdade é que sentimos que isto ainda
agora começou.
A intenção
sempre foi e continuará a ser promover a música feita no nosso país?
Sim. Sempre foi, sempre será. A
música portuguesa é um tesouro que não pode ficar escondido e nós haveremos
sempre de partilhá-lo com todos(as).
O que se
pode esperar do Indie Music Fest deste ano?
Uma edição inesquecível. É o nosso
primeiro grande aniversário. Música portuguesa de qualidade, um pano de fundo
de sonho e um ambiente único que só se vive no bosque. Claro que teremos muitas
surpresas musicais, como concertos secretos, mas também há melhores instalações
e atividades diurnas, como um lago gigante onde se pode fazer wakeboard e
outros desportos aquáticos.
Qual foi o
melhor momento que aconteceu até agora no festival?
Epá, não sei... Há tantos... São
mesmo demasiados para poder apontar um. Já aconteceram coisas inéditas e
inesquecíveis, mas também há momentos pequenos que marcam pelo simbolismo.
Talvez quando as bandas vêm cá tocar e se sentem tão bem que ficam por aí a acampar.
Já várias fizeram isso. Ou ver o sorriso do Sr. Cruz, de 85 anos, dono do Bosque
do Choupal, quando a sua "casa" é invadida por milhares de
festivaleiros.
O que
falta ao Indie Music Fest alcançar?
Muito. Acima de tudo queremos
ter os pés assentes na terra e não dar passos maiores que as pernas. Só posso
dizer para não perderem os próximos episódios.
Qual é o
conselho que se pode dar a quem está a pensar ir?
Que venham, só
isso. E que tragam boa energia. Isso chega, depois o Bosque Mágico toma conta
de vocês.
Entrevista a Rita Barros do Indie Music Fest
Reviewed by Watch and Listen
on
agosto 29, 2017
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