Super Bock em Stock 2023: reportagem

 

O Super Bock em Stock voltou a trazer o melhor da música emergente internacional e nacional à Avenida da Liberdade. Ao mesmo tempo, ainda mostrou algumas das salas lisboetas mais bonitas, como a Casa do Alentejo e a Sociedade Portuguesa de Geografia.

 

 

Na Sala Ermelinda Freitas, Silly subiu ao palco para apresentar alguns dos seus mais recentes singles e temas que irão fazer parte do seu álbum de estreia previsto para 2024, Miguela, e será produzido por Fred Ferreira que a acompanhou neste concerto. Num set-up que parecia simples, mas era complexo com dois teclados, bateria digital e sintetizadores, Silly e Fred Ferreira mostraram a electro-pop que andam a trabalhar para uma sala bem composta. Água Doce, Coisas Fracas e Vida a Mil fizeram o público dar “uma volta, duas ou quem sabe três” com os seus ritmos dançáveis. Ainda houve tempo para uma cover do tema Prognósticos do B Fachada. No final do concerto ficou a certeza que o seu álbum de estreia irá funcionar bem ao vivo e nos festivais de verão. 

 

Silly @ Super Bock em Stock 2023

 

A seguir, no Coliseu dos Recreios chegou o furacão Jehnny Beth, após ter passado pelo Primavera Sound Porto em 2022, para apresentar o seu álbum de estreia a solo, TO LOVE IS TO LIVE (2020) desta vez em Lisboa. Cheia de adrenalina, ou não pedisse “more adrenaline”, trouxe o concerto mais energético e, ao mesmo tempo, mais intímo do dia. As frenéticas I’m The Man, How Could You e Heroine meteram o chão do Coliseu a tremer, enquanto We Will Sin Together deu algum tempo para se respirar. Sem esquecer Flower e o seu pedido de More Adrenaline que levou o público presente à loucura. Depois de cantar algumas músicas, Jehnny desceu do palco e colocou-se na grade para cantar mais perto do público e pediu às pessoas, que infelizmente não eram tantas quanto merecia, para se aproximarem mais e voltou a fazer o mesmo mais algumas vezes. Mais perto do final, a artista foi atuar no meio das pessoas enquanto passava por algumas e cantava a olhá-las nos olhos e/ou a dar-lhes as mãos. Com elogios e promessas ao público português, quando disse que era muito melhor do que Paris (onde tinha atuado uns dias antes) e que iria voltar a Portugal, Jehnny Beth encantou, conquistou e surpreendeu quem viu o concerto e trouxe um pico de energia que já era esperado, mas acabou por ser ainda melhor.

 

Jehnny Beth @ Super Bock em Stock 2023

 

Na Casa do Alentejo, uma das salas mais bonitas do festival, Tagua Tagua veio apresentar o seu novo trabalho Tanto, editado em março. Depois da euforia de Jehnny Beth, este foi o concerto ideal para descontrair e repor energias. O projeto de Felipe Puperi trouxe várias pessoas até esta sala curiosas por o verem ao vivo. Nas primeiras filas, havia alguns fãs mais acérrimos a cantarem as letras todas das músicas. A voz doce e suave do artista trouxe um conforto bom nesta noite fria de novembro. 

 

Tagua Tagua @ Super Bock em Stock 2023

 

De volta ao Coliseu, Anna Calvi regressou a Portugal depois de ter atuado no Vilar de Mouros em 2019. Sem grandes demoras, abriu o concerto com o tema instrumental Rider To The Sea do seu primeiro álbum Anna Calvi (2011), onde mostrou como domina a guitarra. Já em Suzanne And I e Indies or Paradise trouxe a sua bela voz. Não disse muitas palavras ao público durante o espetáculo e deixou a música falar por si, o que não deixou ninguém desiludido e, ainda, prolongou os temas ao vivo. Continuou a sua missão de matar saudades do público português com Hunter, I’ll Be Your Man e Love Won’t Be Leaving. A aproximar-se do final do concerto, trouxe Desire, Don’t Beat The Girl Out of My Boy e a cover da canção Ghost Rider de Suicide. 

 

Anna Calvi @ Super Bock em Stock 2023

 

A melhor surpresa do dia foi reservada para o coletivo de jazz londrino Steam Down, criado pelo multi-instrumentalista, produtor e compositor Ahnansé em 2017, que atuou na Estação do Rossio. Semanalmente, fazem eventos com os seus músicos em Londres. Aqui foi como se tivéssemos feito parte de um desses eventos habituais porque houve interação com o público e algumas improvisações fantásticas que foram recebidas com vários aplausos. 

 

Steam Down @ Super Bock em Stock 2023

 

A maior enchente do dia no Coliseu aconteceu com o último concerto da noite, o de The Legendary Tigerman e é sempre bom ver-se um artista nacional a levar tantas pessoas a esta sala. O novo álbum ZEITGEIST, editado em setembro, esteve em destaque e começou o espetáculo com Jehnny Beth de volta ao palco para dizer o seu discurso em Everyone. Desta vez não contou com convidados como no Super Bock Super Rock em julho, mas teve Sara Badalo a cantar nos temas do novo disco. One More Time, Keep it Burning e Bright Lights, Big City fizeram as odes do novo espetáculo de Paulo Furtado com o lema “Songs for Dancing, Sweating and Kissing”. Fez-se ouvir mais outra cover de Ghost Rider dos Suicide, desta vez pela voz e banda do artista português. E não podia faltar o seu momento de rock’n’roll onde cantou no meio do público. Assim, fechou em grande este último dia do festival. 

 

The Legendary Tigerman @ Super Bock em Stock 2023

Super Bock em Stock 2023: reportagem Super Bock em Stock 2023: reportagem Reviewed by Watch and Listen on dezembro 06, 2023 Rating: 5

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