Entrevista aos Eat Bear
No passado dia 3 de Setembro estivemos à conversa, no primeiro dia do Indie Music Fest, com quatro simpáticos rapazes: os Eat Bear. Os Eat Bear são uma banda nortenha de garage e psych-rock que já contam com um álbum, o "Trust Found". Estivemos à conversa sobre o futuro da banda, nomeadamente futuros planos para álbuns e EPs. Falámos ainda da origem da banda, entre outros assuntos. Fica a entrevista abaixo na íntegra.
Watch&Listen: Como é que formaram a banda e qual a origem do nome?
Rafael Real: Esta é a pergunta na qual mais nos desiludimos! Relativamente à forma de como existe esta formação, a banda começou em 2012 oficialmente. Primeiro a dois, eu e o Filipe na bateria. E depois conhecemos o Miguel, que era um conhecido aqui do Filipe. Juntou-se a nós. Gravamos um álbum e chamamos depois o Gonçalo que era amigo do Miguel. Portanto, isto foi tudo uma rede de conhecimentos, até chegarmos aqui. Sentimos a necessidade de ter duas guitarras acima de tudo. E o Gonçalo entrou para o baixo, o Miguel passou para a guitarra... E pronto conseguimos uma formação que nos agradava mais. Relativamente ao nome, foi da forma mais aleatória possível. Porque basicamente, eu apresentei uma lista de possibilidades ao Filipe e ele na altura escolheu o que lhe soava bem. Portanto não temos uma justificação muito boa para isso! Foi o nome que gostámos na altura e achámos que traduzia um bocado a cena... E ficou.
W&L: Podem falar-nos um bocado do vosso álbum?
Filipe Martins: O nosso álbum. No início como éramos dois, o Miguel juntou-se. Nós começámos a compor o álbum e naquela altura fazia sentido gravá-lo. E como nós tínhamos esse conjunto de músicas, que achámos que tinham um som coeso entre elas. Pronto achámos que era bom... fechar esse capítulo. E resolvemos gravá-lo. Contudo, não ficou como nós queríamos... Mas pronto, é um registo que nós temos e que nós assumimos, apesar de não ser... de não ir muito contra aquilo que nós queremos fazer agora. E para isso... pronto já encerramos esse capítulo. E de momento temos outras músicas. E em vista um EP, que demonstra mais aquilo que queremos fazer agora.
Miguel Almeida: Mas na altura era uma sonoridade que fazia sentido. E à medida que vamos evoluindo como banda, também o nosso som evolui e as músicas que estamos a fazer agora também têm uma sonoridade diferente do álbum, que na altura compusemos. E estamos satisfeitos com o que estamos a fazer agora. Mas é bom ter um registo dessa altura, como o Filipe disse para registar as músicas que tínhamos até essa altura. Entretanto já evoluímos e agora estamos a compor um EP, que já gravámos e que vai sair brevemente.
Rafael: E acaba por ter algum interesse o facto de não estarmos assim tão satisfeitos hoje com o que fizémos há dois anos, porque ao vivo também podemos transformar um bocado as músicas. E acho que nós tocamos sempre cerca de metade do álbum ao vivo sempre. Aproveitamos sempre para acrescentar alguma coisa, e mais encontro do que fazemos hoje.
W&L: Relativamente à Tradiio. No quê que vocês acham que esta plataforma beneficia a música portuguesa?
Rafael: O Tradiio é uma plataforma, que nós assim durante algum tempo, para sermos o mais sinceros possíveis, ignorámos um bocado. Mas começámos a perceber de facto, que era uma coisa que tinha vindo para ficar e para continuar. E pronto, começámos a investir um bocado nisso, a publicitar. É de facto uma coisa inovadora. E tem interesse porque permite, sobretudo às bandas portuguesas, apresentar o trabalho. Ainda não beneficiámos diretamente em nada do facto de estarmos presentes nessa plataforma, mas achamos que é uma boa iniciativa. E se calhar, futuramente, até podemos vir a ter uma ligação mais direta com eles.
W&L: Vocês têm algum plano para lançar um álbum, a seguir a este EP que vão lançar brevemente?
Filipe: Então. Os próximos 6 meses a banda vai perder baterista. Que sou eu. Vou fazer Erasmus. Para fora. E em termos de composição, a coisa vai estar parada. Mas ao vivo, vão continuar a tocar com um amigo nosso. Mas nós temos agora o EP, que será uma entrada para esse álbum. Que ainda havemos de compor. E à partida sairá em 2016. Se calhar, assim um bocado optimista. Mas se as coisas correram bem, se calhar assim para o ano haverá um álbum a seguir a este EP.
Rafael: EP que já está gravado, e vai sair em Outubro à partida!
W&L: Qual a vossa opinião acerca do conceito do Indie Music Fest?
Miguel: Para além do cartaz, que é obviamente bom. E que ajuda bastante as bandas portuguesas e a música portuguesa... está num sítio muito bonito e é acho que é bastante inovador até. Para além de outros festivais óbvios. Aliás, este é o único que está mesmo dentro de um bosque, ou seja, é interessante por isso. Há bocado estávamos a fazer o soundcheck e estávamos com ramos em cima. Isso é algo... nunca tínhamos estado. E para além disso, eu acho que para a música portuguesa é excelente. E além disso está numa altura já no final dos festivais, e que é bom e não só para concorrência de outros. É bom por causa disso. E pronto, mesmo para a zona daqui de Paredes/Porto é óptimo porque não me lembro assim de outro festival nesta... com este conceito aqui perto. E por isso acho que é óptimo. Não sei se vocês querem dizer alguma coisa deste festival...
Rafael: Eu não ouvi nada do que este gajo disse, mas estamos a ser entrevistados por pessoas muito simpáticas até agora! E opá, acima de tudo o conceito é fixe porque reúne, aqui no Norte, bandas de todo o país. E emergentes. Salvo, Linda Martini e pouco mais. A maior parte das bandas são emergentes, e é fixe. O ambiente é muito engraçado. É um festival que se nota que é pequeno mas que é muito consistente. É fixe chegar aqui e perceber que as coisas funcionam todas. E até ficar surpreendido com o profissionalismo da organização. E pronto, acho que gostávamos de cá voltar, se calhar. Futuramente.
Texto: Alexzandra Souza
Fotos: Iris Cabaça
Entrevista aos Eat Bear
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outubro 07, 2015
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