NOS Alive 2024: 2º dia - o otimismo radical de Dua Lipa

 

O segundo dia do NOS Alive 2024 foi entregue às mulheres que trouxeram os melhores concertos deste, como, Dua Lipa, Aurora e Arlo Parks. Apesar de fazerem todas géneros musicais diferentes, foram as que provocaram maiores enchentes nos palcos que pisaram.

 

O rapper T-Rex teve a tarefa (in)grata de abrir o palco NOS num alinhamento mais Pop e alternativo e composto por três mulheres (Dua Lipa, Arlo Parks e Ashnikko), e o público presente talvez não tenha sido o ideal para o artista português. Contundo, o rapper dominou o palco principal como se tivesse milhares de pessoas à sua espera, tal como aconteceu quando esgotou o Coliseu dos Recreios. Com uma energia contagiante, T-Rex apresentou temas do seu mais recente álbum COR D’ÁGUA (2023), e ainda trouxe alguns convidados. Ouviu-se UUUUH, Não É Possível, Tá Tudo Bem e Old Skool. Quem viu e não o conhecia, talvez tenha ficado fã. 

 

 

 

Aurora regressou a Portugal nove anos depois do seu concerto de estreia no Musicbox, em 2015, para apresentar o seu novo álbum intitulado What Happened To The Heart?, editado em junho. Com a tenda do Palco Heineken cheia quase a rebentar pelas costuras para a ver, a artista norueguesa encantou desde o início o público com a sua voz doce e movimentos de dança que relembram uma fada, se elas existem. No meio de várias emoções, a artista cantou músicas como A Soul With No King, Cure For Me, Churchyard e Runaway, e ainda apelou por uma Palestina livre. Um concerto intimista, dentro dos possíveis, que deixou o público fascinado.

 

Seguimos para o palco principal para ouvirmos outra voz doce, a de Arlo Parks, que veio substituir Tyla que cancelou o seu concerto por razões de saúde e acabou por ser uma substituição excelente. A artista britânica conquistou quem já a conhecia e quem esperava para ver a cabeça de cartaz, Dua Lipa. Trouxe temas como Bruiseless, Caroline, Eugene, Too Good, Pegasus e Devotion. Sempre com um sorriso na cara, a artista aqueceu os corações das pessoas no público. 

 

 

 

Michael Kiwanuka já é um dos artistas queridos por parte do público português, o que se comprovou mais uma vez com este concerto que encheu o Palco Heineken. Quer já o tenham visto pelo menos uma vez, ou nunca o tenham visto, o público nacional vai sempre aparecer para os seus concertos. A sua voz magnífica combinado com os seus ritmos soul e as suas letras emocionantes levam-nos numa viagem pelos anos 70, o que poucos artistas conseguem realizar atualmente. E esta é uma das razões por que atrai sempre tanto público nos seus concertos em Portugal, e não só. O artista britânico tocou alguns dos seus maiores êxitos, como, Black Man in a White World, Hero, Home Again e Cold Little Heart. Mais um brilhante concerto de Kiwanuka.

 

 

 

O mais esperado concerto da noite, e o que causou a maior enchente, finalmente chegou: o regresso de Dua Lipa a Portugal depois de passar com a tour do seu primeiro álbum e de Future Nostalgia (2020). Training Season deu o mote para 1h30 de um grande espetáculo pop com tudo o que se esperava: coreografias, luzes, interações com os fãs e refrões que todas as pessoas ali presentes reconheciam. Para quem queria músicas do Future Nostalgia, teve direito a várias como Break My Heart, Levitating, Pretty Pleas, Love Again e Hallucinate. Já quem queria músicas de Radical Optimism (2024) teve direito a algumas, tais como, Illusion, These Walls e Happy For You. Ainda se ouviram temas do primeiro álbum, New Rules, e uma versão emocionante de Be The One, a música que mudou a carreira da artista britânica. Apesar de se esperar mais canções do novo álbum, a artista não desiludiu quem aguardava para a ver pela primeira, segunda ou terceira vez e trouxe um espetáculo bem oleado. Ainda se ouviu One Kiss, Electricity e Cold Heart. O encore foi composto por Physical, Don’t Start Now e Houdini, com o público a gritar “let’s go” antes da dance break. Assim, saiu-se deste concerto com a certeza de que Dua Lipa é uma das melhores popstars atuais, que Portugal merecia um concerto a solo da tour do novo álbum e que o otimismo radical recomenda-se. 

 

(Não foi possível fotografar o concerto de Dua Lipa.)  

 

 

Para se acabar a noite em grande, fomos para o concerto de Gloria Groove, onde a drag queen brasileira atraiu vários fãs para o Palco Heineken, e foi um belo concerto para se dar finalizada a noite. A artista entregou funk, pagode, um espetáculo multifacetado e mudou de figurinos várias vezes ao logo do concerto. Ouviram-se temas como Coisa boa, Nosso primeiro beijo, A loba, BONEKINHA e Vermelho. Ainda trouxe uma convidada surpresa, Sara Correia para cantarem ambas o tema Chelas. Terminou o concerto com a Radar e a certeza de quem deixou muitas pessoas felizes depois disto.